quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O QUE É ELETROSTÁTICA


O que é eletrostática? A eletrostática, basicamente, é a parte da eletricidade que estuda as cargas elétricas em repouso. Mesmo com uma definição tão simples a princípio, muita gente ainda confunde alguns conceitos dentro desse estudo. Vamos detalhar esse ramo da eletricidade, afim de não deixar dúvidas sobre os conceitos.



Eletrostática e eletricidade estática. Muita gente faz confusão entre esses dois termos quanto aos seus significados. Como já vimos, a Eletrostática estuda as cargas elétricas quando elas estão em repouso. Portanto, nessa condição, significa que elas estão em equilíbrio, ou seja, não estão se movendo. Esse estado é chamado de Eletricidade Estática. Se estivessem em movimento, haveria então passagem de elétrons, ocasionando uma corrente elétrica A essa condição, dá-se o nome de Eletricidade Dinâmica.
Simplificando, a eletrostática estuda a eletricidade estática e seu acúmulo num determinado corpo, e somente ela.
Exemplos práticos da eletricidade estática Existem várias práticas pra demonstrar a eletricidade estática. Uma delas, e mais interessante, é através do gerador de Van de Graaff. Basicamente, esse aparelho gera eletricidade a partir de atrito. Apesar de o atrito dar a ideia de movimento, não há uma significativa passagem de corrente elétrica, apenas é gerada tensão elétrica e acúmulo de energia. Por isso, mesmo se o aparelho gerar milhares de volts, não há um risco eminente de choque elétrico, pois quanto maior a tensão, menor será a corrente elétrica. Quando colocamos a mão no globo, nossos cabelos ficam eriçados, pois além de ficarmos eletrizados por contato, alguns fios se repelem por ter cargas iguais, e cargas iguais se repelem.


Exemplo de gerador de Van de Graaff

Outro exemplo é esfregar um pente nos cabelos e colocá-lo em pedaços de papel. o pente fica com acúmulo de energia, ou seja, de elétrons (carga elétrica negativa). Os pedaços de papel são atraídos porque está cheio de carga elétrica positiva. Como prevenir e evitar a eletricidade estática Embora as descargas não sejam fatais em sua grande maioria, o choque provocado pode gerar desconforto e acidentes. A fim de evitar isso, existem algumas dicas simples de se evitá-los: Para evitar choques num automóvel, toque em alguma parte metálica do veículo antes de descer dele. Evite roupas de tecido sintético, como nylon e lycra. Prefira usar roupas de tecido de fibras naturais, como o algodão e o linho. Caminhe descalço em superfícies de metal ou na terra. Ajuda a dissipar a energia acumulada no corpo. Em alguns trabalhos industriais e de comércio de eletrônicos, é recomendável usar sapatos com sola de couro, mantas antiestéticas em bancadas e, em alguns casos, pulseiras antiestéticas. Muitos aparelhos, como telas de LCD e chips são sensíveis à eletricidade estática.

No Brasil de muito sol, a energia solar ainda é inviável pelo alto custo


No Brasil de muito sol, a energia solar ainda é inviável pelo alto custo 


Fonte: Jornal do Brasil Carolina Mazzi

 


O governo brasileiro, através da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) já investiu cerca de 200 milhões de reais em pesquisas relacionadas a produção da energia eólica, afirma o economista Hudson Lima, chefe do Departamento de Energia e Tecnologias Limpas da Instituição. “Podemos dizer que a produção e o crescimento desta fonte dentro da matriz já é uma realidade no país, acredita.
Em contrapartida, os investimentos em energia solar, fonte que o Brasil tem uma das maiores capacidades produtivas do mundo, ainda engatinha. O motivo, segundo Lima, é o elevado preço da sua produção. “A energia solar ainda é uma forma economicamente inviável de se fazer energia em grande escala, pois o seu alto custo a torna impossível para as indústrias”.
Depois de semanas de incerteza, os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas, de onde é produzido 90% da eletricidade nacional, subiram em de 4% e a previsão é de que mais chuvas ajude a normalizar o sistema nos próximos meses. O atraso na chegada do chamado período úmido” do ano deixou autoridades e brasileiros preocupados com a possibilidade de um novo “apagão”.
O desenvolvimento de outras fontes de energia contribuiria para a maior segurança energética do país e é importante principalmente em momentos como este. “Há uma grande capacidade no país, não apenas para a eólica e solar, mas também para a biomassa, através da queima do bagaço da cana ou etanol”, exemplifica o economista. Energia solar: custo alto demais.
A saída para o desenvolvimento da produção solar, segundo Lima, é através da Geração Distribuída, com a instalação de painéis fotovoltaicos em casas, empresas, estabelecimentos comercias e prédios, por exemplo. O sistema funciona oferecendo a quem adotá-lo créditos pela energia não utilizada. Estes créditos podem ser utilizados no mês seguinte.
A geração Distribuída tem sido utilizada em diversos países, como os Estados Unidos e a Espanha, por exemplo. Esta forma, em fase de regulamentação no Brasil, tem o benefício de não demandar outros gastos públicos, como distribuição e transporte. E o potencial do Brasil na área é indiscutível: pior local em insolação do país é ainda do que o local mais ensolarado da Alemanha. Ainda sim, nação germânica é a maior produtora de energia fotovoltaica do planeta, segundo o especialista.
“Ainda há muito a ser desenvolvido aqui no Brasil para o futuro, mas não vejo a solar como grande parte da matriz energética do país, pelo alto custo “, analisa Lima.
O Megawatt instalado da produção solar custa, em média, 10 milhões de reais. Em comparação, na energia eólica o Megawatt instalado sai por 3,7 milhões. Em maio do ano passado, a Alemanha bateu um recorde mundial neste tipo de geração: em apenas um final de semana as usinas de energia solar produziram 22 giga watts (GW) de eletricidade- o equivalente a produção de 20 centrais nucleares em capacidade total.
Tudo por um custo alto demais, inviável para a renda dos brasileiros. Por ano, os cidadãos alemães pagam cerca de 4 bilhões de euros sobre suas contas para financiar a energia solar, segundo Ministério do Meio Ambiente do país.

 Eólica cresce em ritmo acelerado.

Enquanto isso, os investimentos em energia eólica segue em ritmo acelerado. O país já tem cerca de 2 giga watts de capacidade em funcionamento e sete em processo de instalação. As perspectivas para o setor são otimistas, afirma Hudson, principalmente depois do resultado do leilão da Aneel, que atingiu o preço de R$ 87,94 por MW/ hora. “Isto mostra a viabilidade econômico para a produção e comercialização desta fonte energética”.
Dados oficiais apontam capacidade de 60 GW de energia eólica para o Brasil, mas existem estudos que já apontam que este número, em torres de 100 a 120 metros, pode chegar a 130 GW.
As dificuldades para a ampliação para a ampliação do parque eólico nacional se esbarram em problemas de infraestrutura já conhecidos do país. As redes de transmissão defasadas, que também prejudicam a distribuição da energia gerada a partir das hidrelétricas, acabam tirando efetividade da eólica.
Isto porque, por ter uma produção “não armazenável” e inconstantes os picos de produção acabam sobrecarregando o sistema.“ Hoje tem um desafio grande em relação a esta configuração de que as linhas de transmissão passam a ser um gargalo, e o nosso modelo do fio prevê uma divisão de custo entre que transmite e quem produz. Há um debate em relação a quem deveria arcar com estes custos”
Falando geograficamente o mapa aqui abaixo demonstra como é a situação atual do Brasil em áreas cobertas com painéis fotovoltaicas em relação ao grande potencial que este país tem.

 

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

BRASIL POUCO EXPLORA ENERGIA SOLAR E EÓLICA


O ministério de Minas e Energia divulgou que 15% dos domicílios brasileiros já dispõem de energia solar e com investimento nas energias renováveis contribui para a redução de emissões e para uma maior eficiência energética, gerando menos gastos para sociedade e com isso  o governo poderia aumentar a linha de apoio por meio de intenções fiscais, linhas de financiamento especiais, porque com esse tipo de apoio, se consegue que novas tecnologia entrem no mercado com mais força, possibilitando o acesso dos consumidores.

Lembrando que o investimento nesta área ainda é baixo, visto que o país possui os recursos necessários e às vezes fica difícil entender como a falta de incentivo para a produção de energias  alternativa no Brasil é pouco explorada.
O Brasil tem um grande potencial de energia solar e eólica que continua inexplorado, falta tecnologia, know-how, criação de novos empregos que aplicado na prática geraria criação de novos empregos ,quando um país começa a  sair do paradigma de uma energia baseada no combustível fóssil, e passa investir em um energia como a renovável ,tem que investir em formação ,educação, inovação e precisa criar condições para que essa energia possa ser consolidada no mercado. Vejo que em todos países isso acontece por meio de ações do governo. Não se pode deixar o mercado atuar sem nenhum tipo de apoio. Há de ter ai a “mão forte” do governo para isso acontecer.
 O melhor caminho para investimentos apontam para energia descentralizada.
A última resolução da agência nacional de Energia Elétrica (Anell) sinaliza para que os consumidores a partir de 2015 possam instalar uma regulamentação para energia fotovoltaica, energia eólica e energia de biomassa, ou seja, para que possam instalar mini geradores, micro geradores nas suas casas, nos escritórios, no hospital, numa escola, e a partir disso estar conectados á rede. Vamos nos tornar todos distribuidores de energia. Este é um modelo que já existe fora do Brasil há muitos anos. A investir nesse modelo, se tem a possibilidade de reduzir os custos da instalação, por exemplo, de painéis  fotovoltaicos, que ainda necessitam das baterias. Além disso, ao produzir essa energia que não será consumida, será possível trocá-la por crédito de energia de rede, para utilizar a energia em momentos em que não há sol, como a noite. Nesse sentido, percebe-se que há uma tendência clara para descentralizar a energia. Evidentemente, não se trata de grandes geradores, mas já é um avanço.Sempre temos que ter um olhar bem clinico neste assunto do ponto de vista sistêmico, qualquer geração de energia do futuro vai ter que ser composta de diversas fontes. Não se pode, por exemplo, depender somente da energia oriunda de hidrelétricas, pois basta não chover por um período e ficaremos se energia. Então, a matriz energética tem de  oferecer um conjunto de ofertas de energia, que possam suprir as deficiências de cada uma .
Quando se  discute a matriz energética, não se trata de dizer que a melhor energia é a hidrelétrica, a solar ou a eólica. O conjunto delas, associado a um bom programa de eficiência energética , o qual o Brasil precisa assumir, seu papel em busca de resultados. Ainda há muito o que fazer em relação às perdas de distribuição, em relação á melhoria dos equipamentos e dos produtos que utilizam energia elétrica, com os eletrodomésticos . As próprias construções também podem ser um alvo de estudo em posição de maior eficiência energética. Na universidade Federal do Parará, por exemplo, realizamos o projeto do “escritório verde", que aponta um conjunto de soluções para maior eficiência energética e uso racional da energia. Entre as propostas, estuda-se o isolamento térmico de futuras casas, com vidros e pares duplas, com iluminação natural, com energia solar e com lâmpadas verdes. Então, é esse conjunto de tecnologias e equipamentos que vai determinar o quanto de energia será possível dispor no futuro, trazendo economia.
É possível vislumbrar a geração de energia descentralizada e auto suficiente no futuro?
São questões que o Eloy Casagrande Jr,doutor em Engenharia de Recursos Minerais e Meio Ambiente, ela University of Nottingham, e pós doutor em inovação Tecnologia e Sustentabilidade, pelo Instituto Superior Técnico (IST),de Lisboa e atualmente professor na UTFP(UNIVERISADE TECNOLÓGICA DO PARANÁ)declarou para o IHU ON-LINE em entrevista e responde sobre esta última questão abordada:
Não dá pra ter certeza do modelo abordado se será autossuficiente no futuro mais podemos encaminhar para não sermos tão dependentes de um modelo centralizado. Claro que isso mexe com grandes negócios, mexe com lobbies, que estão envolvidos com a energia elétrica, desde que ela se tornou uma commodity que capta, concentra e vende energia. Essas empresas de energia elétrica têm ações na bolsa de valores. Energia virou um produto que precisa render. Essa visão também já nos traz uma visão mercantilista da energia.
No futuro até podemos discutir essa visão, mas hoje é o modelo que temos: existem grandes interesses econômicos ao redor de tudo isso, e se formos fazer uma retrospectiva histórica da construção das hidrelétricas no Brasil verá que são as mesmas construtoras que constroem as hidrelétricas de hoje.
 

Fonte: IHU On-Line

China maior poluidor do mundo






 

 A energia que movimenta o moderno Centro Internacional de Convenções de Dezhkou, no leste da China, tem origem totalmente solar. A construção, de 43.000 m2, é equipada com painéis solares e tubos de cerca de 6000 m2 no teto, que podem produzir a emissão de dióxido de carbono em 860 toneladas por ano.
O maior poluidor do mundo, a China, está se transformando num surpreendente líder em energias limpas, deixando para trás potências do setor como Estados Unidos, Japão e Austrália. A confirmação mais recente dessa tendência está no relatório “ The Vivid Economics”
Encomendado pelo Instituto do Clima da Austrália e divulgado no fim de outubro.
De acordo com estudo, a  China só perde para a Grã Bretanha em termos de incentivos para reduzir a poluição causada pela geração de eletricidade. O país europeu desembolsa U$29,30 por tonelada de carbono, ante U$0,70 na Coreia do Sul. Junto, esses seis países são responsáveis por quase 50% das emissões globais.
Turbinas eólicas em ação na cidade de Nantong no leste da China. A energia proveniente do vento conta com generosos subsídios governamentais, uma das iniciativas destinadas a aumentar a participação das energias renováveis para 20 % da matriz energética do país até 2020.
“ Os líderes chineses tomaram uma decisão estratégica: eles ficaram de fora das duas últimas revoluções industrias e não querem perder a terceira", afirmou Erwin Jackson, diretor do Instituto do Clima ,á agência de notícias AFP sobre essa paradoxal condição do gigante asiático. Como resultado da iniciativa, observou Jackson, a China detém a maior fatia de mercado dos investimentos em energia limpa em nível mundial. Em 2009,os recursos aplicados pelos chineses nessa área ultrapassaram U$35 bilhões, quase o dobro da quantia investida pelos EUA ( US$ 18 bilhões) e mais do triplo do gasto britânico (US$11bilhões). Não vai parar por ai : Jackson alertou que o investimento chinês no setor deve ser multiplicado por dez durante a próxima década. Tudo isso está acontecendo apesar da resistência do governo de Pequim em firmar um acordo vinculativo a respeito  das emissões de gases do efeito estufa na conferência de Copenhague, há um ano – uma atitude encarada na época como um indício de que a prioridade chinesa era fazer sua economia crescer, ao custo que fosse necessário.
A guinada verde da China esta  lastreada sobretudo em fatores geopolíticos e ambientais .  O país se tornou um voraz consumidor de petróleo, num volume muitíssimo superior ao  de usa produção. O resultado é a dependência de outros países, algo sempre delicado no contexto de uma superpotência.

Turbinas eólicas em ação na cidade de Nantong no leste da China. A energia proveniente do vento conta com generosos subsídios governamentais, uma das iniciativas destinadas a aumentar a participação das energias renováveis para 20 % da matriz energética do país até 2020.
“ Os líderes chineses tomaram uma decisão estratégica: eles ficaram de fora das duas últimas revoluções industrias e não querem perder a terceira", afirmou Erwin Jackson, diretor do Instituto do Clima ,á agência de notícias AFP sobre essa paradoxal condição do gigante asiático. Como resultado da iniciativa, observou Jackson, a China detém a maior fatia de mercado dos investimentos em energia limpa em nível mundial. Em 2009,os recursos aplicados pelos chineses nessa área ultrapassaram U$35 bilhões, quase o dobro da quantia investida pelos EUA ( US$ 18 bilhões) e mais do triplo do gasto britânico (US$11bilhões). Não vai parar por ai : Jackson alertou que o investimento chinês no setor deve ser multiplicado por dez durante a próxima década. Tudo isso está acontecendo apesar da resistência do governo de Pequim em firmar um acordo vinculativo a respeito  das emissões de gases do efeito estufa na conferência de Copenhague, há um ano – uma atitude encarada na época como um indício de que a prioridade chinesa era fazer sua economia crescer, ao custo que fosse necessário.
A guinada verde da China esta  lastreada sobretudo em fatores geopolíticos e ambientais .  O país se tornou um voraz consumidor de petróleo, num volume muitíssimo superior ao  de usa produção. O resultado é a dependência de outros países, algo sempre delicado no contexto de uma superpotência nascente.


   No caso do carvão, não há dependência – o país repousa sobre as maiores jazidas do mundo-, mas os chineses já perceberam que utilizá-lo da forma atual constitui um mau negócio. As antigas e precárias termelétricas a carvão respondem pela maior parte da pesada poluição atmosférica que atinge o país, detentor, segundo o Banco Mundial, de 20 das 30 cidades mais poluídas do planeta. (Entre elas se incluiu Pequim, sede dos jogos Olímpicos de 2008, e a intenção de promover uma “olimpíada verde” tem forte relação com os esforços ambientais chineses).
“Ficou claro para nós que precisávamos mudar” afirmou Wan Bentai, engenheiro chefe do Ministério de Proteção Ambienta da China, numa palestra em um evento internacional ocorrido em Xangai em junho, promovido pela empresa de comunicações Bloomberg. “Precisamos transformar nosso crescimento econômico de quantidade para qualitativo.”A china detém as maiores reservas de carvão do mundo. Esse combustível fóssil, extraído de minas como a de Huaibei, na foto, impulsionou boa parte do excepcional desenvolvimento vivido pelo país nos últimos tempos, mas começou a ser reavaliado em virtude dos
problemas ambientais que causa.


As autoridades chinesas assumiram o compromisso de fechar mais de cem das antigas usinas a carvão e abrir até 2011, em troca, termelétricas movidas com o mesmo combustível, mas dotadas de tecnologia, mas moderna e menos poluidora. Apenas essa mudança já traria uma redução de 15% nas emissões de poluentes. Outra medida de impacto envolve os subsídios destinados a projetos de energia renovável: os chineses têm aplicado bilhões e Yuan nesse setor, com a expectativa de fazê-lo responder por 15% da matriz energética do país ao redor de 2020. A meta se integra ao plano do governo de cortar, em mais uma década, as emissões de dióxido de carbono por unidade de produto interno (PIB) em aproximadamente 45% dos níveis de 2005.




Com a instituição das tarifas subsidiadas para a energia eólica, por exemplo, as companhias do setor adicionaram 14,1 gigas watts à capacidade instalada do país, mas que duplicando-a ( no fim daquele ano, a partição da energia eólica atingiu 25,1 GW). Direcionados para a energia solar, os investimentos governamentais permitem que painéis fabricados por empresas chinesas inicialmente para ser enviados a países como EUA e Espanha passassem também a ser instalados na China.
O clima favorável às energias renováveis no país foi devidamente registrado no mercado econômico internacional. Em um estudo preparado pela consultoria Ernest & Young em setembro, a China surgiu como o lugar mais atraente para investir em energia renovável, destronando os EUA. Até fundos de investimento norte americano tem aplicado nessa área.
Com caixa abarrotado, o governo chinês fica ainda mais à vontade para tocar seu programa de energias verdes. Um reflexo disso é que 39% das turbinas eólicas produzidas este ano vêm de fábricas chinesas, ante 12% dos EUA. A diferença fica ainda maior no caso dos painéis solares: 43% deles têm origem na China, ante 9% nos EUA.

Como resultado do investimento intensivo chinês no desenvolvimento das energias renováveis, especialistas do setor já anteveem um futuro em que os preços da energia obtida do vento e do sol serão semelhantes aos daquela originária do carvão. No evento de Xangai, Johnny Kwan, vice-presidente da Basf, avaliou que a China está a caminho de ser “a mais bem sucedida economia de baixo carbono”. Também presente ao encontro, Anil Srivastava, presidente-executivo de energias renováveis da francesa Areva, declarou na ocasião que os projetos solares chineses estão chegando perto da “paridade com a rede”- o ponto em que essa energia renovável seria produzida a um custo igual ou inferior ao da energia convencional. “O maior beneficio da China é que nos deixará mais perto do Cálice Sangrado” afirmou. Uma compensação significativa para o mundo, vinda do atual líder da poluição no planeta.



Voracidade energética


 

Com uma economia em rapidíssima expansão e mais um sexto dos habitantes da Terra, a China tem uma colossal necessidade de energia. As renováveis estão em alta no país, mas os combustíveis tradicionais vão ter lugar garantido por muito tempo. A sede de petróleo, por exemplo, levou o governo de Pequim a fechar nos últimos anos acordos com nada menos do que dez países: Cazaquistão, Chade, Irã, Mianmar, Nigéria, Omã, Peru, Rússia, Sudão e Venezuela. A agência Internacional de Energia calcula que as importações chinesas de petróleo vão quadruplicar por volta de 2030, considerando-se o nível de 2006, a fim de sustentar o crescimento econômico do país. Vale lembrar também que o país asiático detém as maiores reservas de carvão do mundo e pretende explorá-las. Mas os chineses reconhecem que é preciso desenvolver métodos para tornar o consumo desses combustíveis fóssil menos poluente e vêm trabalhando a fundo nisso.
Operários colocam uma cortina feita de cordas de luzes de neon nas instalações de turbinas eólicas e painéis solares antes do 4º congresso mundial da iniciativa Cidades Solares, realizado em agosto de 2010 em Dezhou.Esse município chinês abriga o Solar Valley,que seus criadores definem como “a maior base de produção de energia solar do mundo”.
O Vale Solar.
O investimento chinês em energia renovável vai muito além do convencional. No Caso da energia solar, por exemplo, foi criado um assentamento no norte do país.

Especificamente dedicado a isso: o Solar Valley, nos arredores de Dezhou, definido por seus criadores como “a maior base de produção de energia solar em todo o mundo”. O projeto, de US$ 740 milhões, é comandado por Huang Ming, um engenheiro da área petrolífera que se tornou magnata da energia solar. A versão chinesa e de baixo carbono do Vale do Silício, da Califórnia, exigiu a transferência de dezenas de milhares de agricultores para prédios de apartamentos (todos equipados com aquecedores de água solares), enquanto suas terras eram postas à disposição das indústrias do setor. Por enquanto, o plano vai de vento em popa: estão se instalando na região cerca de 100 empresas e fábricas, afora um centro de pesquisa, que representam emprego para cerca de 800 mil pessoas. O empreendimento é dotado de vias largas e iluminado, naturalmente, com lâmpadas abastecidas por energia solar. Em 2009, aliás, as autoridades de Dezhou já haviam investido mais de US$ 10 milhões para iluminar as estradas da região com a energia do sol. Impulsionada por toda essa movimentação, a cidade, com 600 mil habitantes, já reúne em seu entorno mais de 5 milhões de moradores.
Estrela maior do Solar Valley, a empresa de Huang, Himin Solar Energy Group, é a maior produtora mundial de aquecedores de água movidos a luz solar. Mas seus negócios não se restringem a isso: além de investir em nichos inesperados para o aproveitamento da energia do sol, como assentos sanitários aquecidos e rodas de orações tibetanas, a Himin abriu este ano um hotel cinco-estrelas com baixa emissão de carbono e está construindo um complexo de apartamentos de luxo fundamentado sobre princípios ecológicos. Ambos, naturalmente, são equipados com piscinas aquecidas por energia solar.
 

Texto: eduardo@planetanaweb.com.br